domingo, 27 de maio de 2012

Gravar sem orçamento é foda!!


Ahh..a vida na televisão parece tão mágica... Vemos essa “vida glamourosa” das “Mulheres Ricas” (Ai Hellooo!!!) (Ai que loucura, ai que badaloo, I’m the face of Rio!! \o/ ) (Desculpe..falo nisso e não consigo me controlar, começo a imitar essas bilionárias loucas...e olha que nem vi essa bagaça!) e achamos que a vida dentro da telinha é assim também! Que em um piscar de olhos tudo já está pronto e maravilhoso. Só que não é bem assim...

Como estudo em uma faculdade de comunicação, de vez em quando surgem algumas aulas práticas, para ver como é, na realidade, nossa profissão. Ultimamente trabalhei em duas produções totalmente amadoras e acredite em mim... gravações são complicadas, loucas e se você trabalha sem dinheiro então...aí complica de vez!

Na primeira, o professor deu a idéia de gravarmos uma cena de novela mexicana (Mexicana porque assim fica mais legal.. ;D), para testar posições de câmera, som e iluminação. Como sou uma palhaça por natureza, acabei indo, por livre e espontânea pressão de meus colegas de classe, uma das atrizes da cena, a qual eu tinha que entrar por uma porta, dar um ataque histérico em espanhol (Na verdade portunhol, porque nunca estudei essa língua na minha vida..só ouvi muitas músicas de Ricky Martin e RBD...), e dar um “tapa” na cara de um colega (antes que me acusem de algo, foi um tapa de mentira ok??) (Alias, novela é tudo mentira galera! Não fiquem tristes se o Jorginho não acreditou na Nina em “Avenida Brasil”!) (Falou agora a garota que ontem estava chorando por causa do último capítulo da temporada de Glee...). Enfim, a duração demorou umas duas horas e meia e oito tomadas entre trocas de câmera, diferentes posicionamentos dos microfones, erros de fala, palhaçadas e testes...isso tudo para fazer uma cena que dura 35 segundos. O.O

Mas nessa ocasião pelo menos tínhamos um material bom, de qualidade e profissional. Na segunda, meus amigos e eu tínhamos que fazer um curta para um trabalho. A câmera era fotográfica digital normal mesmo, com uma bateria que não sabíamos quando ia acabar. A gravação foi no meio da rua, ou seja, do nada vinham motoqueiros, que pareciam ter acabado de sair de uma gravação daquele programa “Esquenta” da Regina Casé de tanta alegria (Não entendo como pode haver tanta alegria e tanta pobreza junta em um mesmo lugar como naquela atração!!). querendo comentar as cenas, e ficavam gritando “CORTA” se achando o Wolf Maya em pessoa. E caiu algum tipo de liquido meio sólido (sim..isso existe!!) vindo do céu diretamente na blusa branca do cinegrafista, só para melhorar a situação. Além disso, tínhamos que gravar no meio do trânsito, tendo assim que esperar o sinal vermelho para tentar fazer uma tomada decente. para depois sair correndo antes que um ônibus atropelasse o ator. (Sabe, não seria muito legal aparecer no jornal assim: “Universitário morre atropelado por causa de um trabalho da faculdade!”..talvez a professora não goste muito....). Isso sem falar em escolher qual ângulo era melhor, tentar gravar com carros ao redor, os erros de percurso e a luta de meia hora para conseguir uma bicicleta daqueles stands de um determinado banco, o qual eu não posso fazer propaganda, mas adora a cor laranja, que teoricamente seriam de fácil uso, mas estava me dando vontade de usar um pé de cabra para arrancar o objeto de lá (Calma, eu não fiz isso...tenho amor à minha liberdade!).

Apesar de todos os problemas, as duas gravações foram divertidas de fazer, seja para rir do seu amiguinho fugindo dos carros para não ser morrer/ter uma fratura exposta/ter um traumatismo craniano, ou com a sua amiga dando uma de diretora e gritando, beeeem altoo por sinal, no meio da rua para pedir para cortar a cena, ou fazendo versões alternativas da cena da novela (ao invés de eu ver meu marido com minha própria irmã, eu via meu marido com meu próprio IRMÃO!) (Fica aí a dica para uma nova versão de “A Usurpadora”...). Mas como bem disse minha amiga diretora e filósofa: “Gravar sem orçamento é foda!!” Agora eu sei como a galera da Rede TV se sente...


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Kati Vianna (@KatiVianna)


Ps1: Orçamento total da primeira cena: 0 reais, usamos recursos da faculdade mesmo.
Ps2: Orçamento total da segunda cena: 10 reais, que foi o preço para usar bicicleta. Não pagamos nem o ator, nem o editor!
Ps3: Orçamento total para fazer esse post: Sei lá..quanto custa meia hora de eletricidade gasta no computador??
Ps4: Você ler o meu blog, compartilhar ou comentar aqui embaixo....não tem preço! ;D

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